Licófitas e monilófitas


Por João Francisco Fortes André e Raphaela Cristina dos Santos Corrêa (Estudantes de Ciências Biológicas - UFRJ)

Criado por João Francisco Fortes André e Raphaela Cristina dos Santos Corrêa (Estudantes de Ciências Biológicas - UFRJ), com a imagem das plantas de Lana Sylveste, 2018.

As licófitas e samambaias (ou monilófitas) são dois grupos separados de “pteridófitas” (plantas sem sementes).
Na verdade, já se sabe hoje que as “pteridófitas” não são um grupo único, mas sim grupos de ramos diferentes, que têm em comum a presença de xilema e floema e a ausência de sementes, flores e frutos. 
A organização do tecido vascular (xilema e floema) nestas, contudo, é diferente, o que demonstra que não são do mesmo clado (grupo taxonômico). O estelo é a organização do xilema e floema (tecidos de condução de seiva) em raízes e caules.
As licófitas podem apresentar estelo do tipo protostelo no caule e na raiz, em que o tecido vascular se organiza em um cilindro não dividido. Existe a formação de folha do tipo microfilo. 
Já nas samambaias, o caule já possui medula, e então o cilindro vascular é interrompido por tecido não condutor no seu centro. A medula é formada por um tecido de preenchimento ou reserva (parênquima, que não é condutor da seiva como o xilema e o floema). Além disso, as samambaias apresentam folhas com vascularização ramificada, os megafilos. A raiz, contudo, continua com estelo do tipo protostelo.
O meme em questão faz referência à diferença na vascularização de folhas em licófitas e em monilófitas (samambaias). É que nas samambaias as folhas são muito maiores, e quando se ligam ao caule, “puxam” parte do cilindro vascular do caule, que apresenta então as interrupções no estelo (a lacuna foliar), relacionadas à presença de medula. Já nas licófitas, as folhas são em geral diminutas, não deixando uma lacuna foliar.
O humor se dá justamente pelo fato de haver essa diferença fundamental nas plantas vasculares sem sementes (“pteridófitas”), havendo a necessidade de se especificar o grupo em análise, pois senão podemos ser induzidos ao erro.

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